Eu acredito que nada é por acaso. Dentre os muitos caminhos da vida, nossas escolhas, os desafios que enfrentamos todos os dias — eles nos levam a algum lugar, um lugar que precisamos estar. Tem gente que chama de destino, tem gente que prefere dizer que é uma escolha de algum ser divino.
O que eu acredito é nisso: estamos entrelaçados em uma espécie de teia de aranha, perfeitamente moldada, e ela nos permite estar conectados com coisas pelas quais precisamos passar.
Há pessoas que vão aparecer na nossa vida para ficar. Outras, são como o vento: nos permitem senti-las por um tempo tocando nossa pele, bagunçando o nosso cabelo e, então, sopram para outros lados. Quem fica, quem vai, quem nunca chega: era para ser.
Talvez seja um pouco de conforto interno pensar dessa maneira, usar argumentos como o “destino” para dar alguma explicação a algo que, por um ligeiro momento, parecia ser tão certo e acaba em cinzas. Ou não. Quem se importa?
Seu coração precisava ser partido daquela vez. Você precisava cair e ralar os joelhos no parque quando criança, você precisava ter sucesso em tal coisa, você precisava fracassar na outra. Aquela pessoa precisava deixar você na mão, aquela outra, precisava estar ali ao seu lado. É uma questão de necessidade.
Pela experiência. Ah, viva a frase “pela experiência”! Ela é quem nos fortalece, nos mostra lados da vida que nunca sonharíamos descobrir sem um empurrãozinho. É isso que a experiência é: um empurrão. O resto, você acaba descobrindo sozinho.
Àqueles que dizem que fazemos nosso próprio destino, eu lhes digo que têm imensa razão. Por que a escolha e o destino não podem andar juntos, coexistindo? Eu, na minha humilde e jovem visão da vida, não os acho contraditórios.
Acredito que nossas escolhas nos levam por diversos destinos possíveis e necessários a nós. Porém, se algo tiver mesmo que acontecer, o mundo mexe uns pauzinhos, realinha a teia de aranha e simplesmente, acontece.
Você estava indo ao cinema num dia comum e, de repente, encontra aquela pessoa na fila dos ingressos. Uma conversa banal, uma companhia inesperada, um toque de mãos e seus olhos brilham mais que o normal. Pronto, você se apaixonou, e foi assim de repente, sem avisos. E não venham me falar em coincidências, essa farsa!
Se esse mundão não funciona à base do destino, não sei como ele funciona. Se vocês ainda se incomodam com a palavra “destino”, criem uma nova. Podem me chamar de uma romântica incorrigível, mas eu continuo acreditando que as coisas acontecem com uma razão específica, só que essa, a gente às vezes não descobre.
Deve ser o destino.
Ana Laura Marins
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