Tudo o que posso --- e o que não posso resolver agora

27 junho, 2018

Eu sempre quero me manter no comando das situações. É uma coisa particular minha, gosto de sentir que estou na liderança e que consigo me virar com as cartas que tenho na manga, que consigo ser independente o suficiente para solucionar os problemas da vida por mim mesma.

Ao mesmo tempo que essa característica tão marcante é um ponto forte, me sustenta e me motiva a seguir a diante, pode se tornar uma grande fraqueza. Esses momentos têm como característica o simples fato se serem impossíveis de controlar.

De vez em quando, eu demoro para entender isso.

Pessoas que vêm e vão, surpresas da vida, aquele imprevisto chato… Não conseguimos prever, muito menos colocar um chapéu de comandante na cabeça e sair ditando o rumo: esquerda, direita, esquerda, direita…

Você quer que seja direita, mas não é. Às vezes, será simplesmente esquerda, e nada que façamos pode alterar o sentido natural que tal coisa vai seguir. Para pessoas como eu — sempre querendo manter a rédea curta — pode ser muito frustrante.

Queremos traçar nosso plano próprio e quando não sai do jeito que planejamos, pensamos que o problema está na gente. Então, começamos a nos cobrar mais, ficamos mais ansiosos, tensos e confusos.

Tenho tentado trabalhar mais nisso esse ano. Percebi que é importante identificar o tipo do problema: os que podemos mexer uns pauzinhos para arrumar e os que teríamos que mover montanhas e, mesmo assim, não alterar nada de nada.

Quando a segunda situação dá as caras, já podemos soar o alerta.

Entender o que está ao alcance e o que não está é fundamental para vivermos de jeito mais leve, mais tranquilo e muito menos estressante. Algumas coisas simplesmente não estão dispostas a mudar, e tudo bem.

Colocar isso na prática, eu sei bem, é uma tarefa que exige treino. Tento me policiar todos os dias sobre isso, olhar as coisas de outro jeito, visualizar melhor os acontecimentos antes de sair fazendo coisas impensadas e por impulso.

Sim, eu ainda sou desse jeito, querendo sempre estar à frente de tudo. Mas agora, mais do que nunca, eu me sinto muito mais livre. Para viver a vida na liderança do que posso mudar e dar tempo ao tempo, quando necessário.

Não tem problema não conseguir mudar certas coisas. Afinal, é assim que a vida é: cheia de surpresas. E, parando para pensar, que vida chata seria se não nos surpreendêssemos de vez em quando, né?

É como chegar em casa com a luz apagada e, de repente, um monte de gente pular na sala gritando “ surpresa”  e estourando confetes em cima de você. Assusta no começo mas, no final das contas, sempre acaba sendo bom.

Bora ouvir o famoso Bob Marley? ” Don´t worry, be happy…” 

 

Ana Laura Marins

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