Era Uma Vez... --- O que me faz sentir viva

11 junho, 2018

Se a menininha de 11 anos soubesse, ao decidir começar a escrever, que tantas outras coisas novas aconteceriam a ela por essa decisão, talvez ela tivesse ficado um pouco assustada. Ela não fazia ideia de quantas vidas ela tocaria por causa disso, estaria presente, influenciaria… Aquela menina só sabia que queria escrever: tinha a paixão, e nada mais.

Para quem ainda não sacou, a menina da história sou eu. De 2014 para cá muitas coisas aconteceram na minha vida. Todas consequências daquele dia simples, no qual eu resolvi pegar uma caneta e escrever algumas ideias num papel amarelado que encontrei no escritório da minha mãe.

Esse ano, a Obra Social Madre Marina Videmari, uma escolinha aqui da minha cidade, me chamou para contar histórias para as crianças e mostrar um pouco como foi que eu comecei a escrever. Hoje, sem dúvidas, posso dizer que foi um dia que eu jamais vou esquecer na minha vida.

Lá, eu conheci crianças incríveis. Doces, amáveis, engraçadas e interessadas. Quando peguei aquele microfone e olhei para elas, sentadas nas cadeiras e me encarando com os olhos esbugalhados e admirados, eu consegui fazer uma coisa que a gente dificilmente faz constantemente: parar de pensar um pouco em nós mesmos.

Eu entendi a minha função ali. Eu não era a atração, eram elas. Algo inexplicável me tomou naquele dia, uma vontade incontrolável de passar para elas tudo que eu mais acredito.

Depois de tudo, eu recebi muitos abraços. Me disseram que eu era a inspiração delas, queriam me mostrar as salas de aula e queriam que eu ficasse mais um pouco. Então, eu entendi que não fui eu quem causou essa reação nelas: foi a paixão.

Minha paixão na escrita, na leitura, no poder das palavras contagiou as crianças.

Essa foi uma das oportunidades que tive de tocar a vida de pessoas, dentre algumas outras que tive desde que comecei a escrever. Hoje, com quase quinze anos, olho para a menina de onze ali, em algum lugar de um passado não tão distante, e a agradeço por não ter desistido quando teve a chance.

Minhas escolhas me trouxeram onde eu estou hoje e, posso dizer com toda a certeza, me orgulho de todas elas. Todos os momentos em que pude subir em um palco, tirar as palavras do meu coração e passar para as pessoas: esses sim, são os momentos que posso dizer que me sinto viva de verdade.

Sim, é meio assustador pensar que algumas pessoas olham para mim como uma inspiração, mas também é incrível. Ter uma voz, ser ouvida e espalhar por aí as ideias que me mantêm viva é a melhor coisa que já me aconteceu.

Por isso, quando eu desanimo, eu lembro desses rostinhos me dizendo o quanto eu os fiz acreditar — seja no sonho deles, que nada é impossível — e tudo volta a fazer sentido.

“Momentos que nos marcam”.

Ana Laura Marins

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