Vá a algum lugar onde ninguém sabe seu nome --- O que meu intercâmbio me ensinou

21 junho, 2018

Eu moro em uma cidade onde todo mundo se conhece. Bom, pelo menos, os círculos que frequentamos são sempre os mesmos. Isso tem muitos lados positivos, muitos mesmo, ter aquele amigo da vida toda, quase um irmão, ali crescendo com você.

Temos muitas certezas. Mas todo mundo precisa de dúvidas de vez em quando.

Eu fiz um intercâmbio para Nova York que mudou minha vida. Quem ainda não viu, tem um post sobre isso no blog já, contando algumas coisinhas. Cliquem aqui para ir direto para o post 🙂

Porém, hoje, eu vim contar algo que acho que foi o maior ensinamento de todos: ninguém fazia a mínima ideia de quem eu era. Isso me aterrorizava e me animava ao mesmo tempo. Quando cheguei no aeroporto, eu não sabia o nome de ninguém, de que canto do Brasil eram, nada. Éramos todos estranhos aos olhos uns dos outros.

Talvez essa tenha sido uma das melhores coisas que já me aconteceu.

Sem julgamentos, antigos conceitos e palpites de como você age, pensa… Eu senti uma liberdade impressionante, e isso revelou lados meus que eu nem sabia que estavam ali. Eu voltei mais segura e, acima de tudo: entendi que podemos ser assim, livres, mesmo perto de quem já nos conhece há muito tempo.

Meu tempo com esse grupo cheio de pessoas totalmente diferentes umas das outras me ensinou muito. Acho que essa é uma das mágicas de intercâmbios: você está tão na sua essência que consegue ver a das outras pessoas, fazendo amizades diferentes e verdadeiras.

Tudo isso me fez lembrar uma frase que eu ouvi uma vez: “Vá a algum lugar onde ninguém saiba seu nome”. Eu acredito que todo mundo deveria ter essa experiência em algum momento — estar em um lugar desconhecido, sem ninguém em quem se apoiar, tendo só a você mesmo de aliado. Nos desafia a nos descobrir mais e nos libertar de nós mesmos.

Posso dizer que a maior contribuição desse intercambio foi minha confiança ter voltado muito mais forte. Eu aprendi a dar ainda menos ouvidos do que pensam de mim para ser, verdadeiramente, o que eu sou.

Viajar é mesmo uma escola para a alma. Os momentos incríveis e intensos, como eu me venci todos os dias e vivi experiências extraordinárias: tudo isso continua no meu coração, e vai continuar para sempre.

Diante de tudo isso, voltamos à minha cidadezinha perdida no mapa de São Paulo. Para cá, eu trouxe uma versão de mim mesma diferente, renovada e muito mais livre. Tudo isso por uma certa viagem aos Estados Unidos, com pessoas que até então eram desconhecidas e agora ocupam um lugar ENORME no meu coração.

Então, se quiserem uma dica, lá vai: procure um lugar onde ninguém saiba seu nome, fique por lá e depois volte. Acho que vão descobrir milhões de coisas. 😉

Ana Laura Marins

 

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